quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Luis Walter Alvarez: Física, Pirâmides do Egito e Dinossauros

   Luis Walter Alvarez, Físico e Prémio Nobel em 1968,  debruçou-se sobre a extinção dos Dinossauros com o seu filho Walter e ainda sobre a morte do presidente dos EUA, J.F. Kennedy. Difícil de ver a ligação entre os assuntos? Ora então leiam o artigo de Carlos Fiolhais (em De Rerum Natura)

    Qual é a relação entre dinossauros, pirâmides e JFK? Pois o norte-americano Luis Walter Alvarez, Prémio Nobel da Física de 1968, estudou estes três assuntos. Ele ganhou o Nobel pela descoberta de partículas elementares usando câmaras de bolhas. Mas a revista “American Journal of Physics” de Novembro último (da Associação Americana de Professores de Física) informa-nos sobre os esforços bem sucedidos de Alvarez para resolver enigmas na paleontologia, na história antiga e na história moderna.

A ideia da extinção dos dinossauros por um acidente cósmico é hoje bem conhecida. Foi precisamente Luis Alvarez, em conjunto com o seu filho geólogo (Walter como o pai, mas sem o Luís), quem formulou em 1980, com       base na descoberta de traços de irídio nos estratos entre o Cretácico e o Terciário (actual Paleogénico), a hipótese de que a extinção dos dinossauros se teria devido ao impacte de um grande meteoro. Uma grande cratera foi encontrada no México dez anos mais tarde...

                                             LW Alvarez e o filho Walter, junto da camada de Irídio descoberta em Itália 

Falava-se de uma câmara oculta no interior da pirâmide de Quéfren, no Cairo. Para a localizar Luis Alvarez colocou um detector de raios cósmicos numa câmara conhecida por baixo da pirâmide. O que ele fez não foi mais do que tirar uma espécie de radiografia à pirâmide, mas usando muões naturais em vez de raios X. A partir da observação das partículas recolhidas concluiu que a tal câmara secreta não passava de um boato.

Finalmente, e para investigar a teoria conspirativa segundo a qual havia um segundo atirador a disparar, em Dallas, sobre o presidente Kennedy, analisou um filme da passagem do carro presidencial. Havia quem dissesse que um tiro dado de frente teria feito recuar a cabeça do presidente. Mas Alvarez, com base na observação dos “frames” (não esqueçamos que era um especialista em chapas fotográficas para registar partículas) e nas leis da física desmentiu categoricamente essa hipótese do segundo atirador.

Qual é a moral destas histórias? Quem sabe ciência fundamental, que parece inútil, é capaz de fazer a melhor ciência aplicada, que é muito útil!

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